Ontem fomos eu e Mô assistir à peça Natureza Morta, texto de Mário Viana, monólogo interpretado por Anna Cecília Junqueira com direção de Eric Lenate na Casa do Médico, aqui em Sanca.
O texto foi livremente inspirado na tela Natureza Morta ( A Assassina) de Edvard Munch.
O autor literalmente viaja na tela e se infiltra na personagem feminina do quadro - a assassina - dando voz a seus devaneios. É uma conversa entre a assassina e o pintor que retrata a cena. Como bem definiu o diretor ontem, no debate pós espetáculo, a peça é uma montanha-russa de sentimentos.
O que no início me pareceu a justificativa de um ato impensado, a conversa da personagem com o pintor imaginário me fez pensar, posteriormente, numa morte metafórica. Suas palavras me pareceram muito mais uma justificativa para si mesma sobre o fim de um relacionamento do que um homicídio - sabe aqueles pensamentos que nos martelam após tomarmos uma decisão importante, que vêm e vão e vêm novamente e ficam e mudam e somem e voltam, aqueles pensamentos que ordenamos que sumam para nunca mais voltar mas retornam e nos fazem refletir sobre nossos rompimentos?
Logo agora, após meu aniversário, onde pude refletir (e muito!) sobre as minhas próprias escolhas e os rompimentos que fiz por conta delas, deparo-me com essa bela peça.
E o debate pós espetáculo foi também muito interessante. É sempre bom lembrarmos como somos diferentes, como percebemos o mundo de forma particular e única, cada questionamento/depoimento sobre a peça mostrava isso claramente.
Enfim, foi um bom programa.
O diretor disse que após uma semana, por experiência com amigos, as impressões sobre a peça mudam.
Se qualquer novidade surgir nessa minha mente inquieta, eu aviso.
P.S.: Parece que teremos mais eventos desse tipo aqui em Sanca. É só acompanhar o Paracatuzum.
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