terça-feira, 5 de janeiro de 2010

O livreiro, a menina e outras estórias

E 2010 começou!

O mês de dezembro foi bem corrido com visitas, preparativos para as festas (nesse último ano, a ceia de Natal foi feita na minha casa e a de Ano Novo também!) e livros.

Desde a minha volta ao mundo dos livros, graças a Camis, a minha irmã mais nova, que insistiu para que eu desse uma chance aos vampiros do momento (leia-se Crepúsculo), ando lendo freneticamente. Retomei a leitura de alguns volumes que foram postos de lado por falta de tempo ou de entusiasmo.

Para mim, insone desde que me entendo por gente, falta de tempo é sinônimo de preguiça, porque uma hora acordada vendo programas repetidos na TV seria melhor aproveitada na companhia de um livro. Já há algum tempo me fiz uma insone produtiva.
Quanto ao entusiasmo, esse sim é mais difícil de "achar"; mas consegui perceber que estar entusiasmada por algo é estar viva. Sendo assim, faço o exercício de me entusiasmar diariamente por alguma coisa:
  • uma descoberta profissional - depois de pensar na solução ideal para o problema de um cliente, resolvê-lo. Não tem nada de descoberta, mas sim resultado da relação "horas/bunda na prancheta" (desculpem a expressão, foi cunhada por um professor-mestre de projeto arquitetônico, nos tempos de facul, e a cada trabalho que desenvolvo, lembro-me disto);
  • uma realização pessoal - aquela pequena conquista diária como, por exemplo, ter uma alimentação saudável e pensar, como uma anônima qualquer, só por hoje não comerei besteiras (e no fim da semana somam-se cinco dias sem besteiras) ou resolver contactar amigos por e-mail, msn ou telefone - hoje, pelo menos por meia-hora, assumirei meu papel de ser sociável e sairei do meu enclausuramento particular sem explicação nem motivo;
  • um livro - começar uma estória e ser consumida por ela, página após página, descobrindo novas lugares, novas pessoas, novas formas de ver a vida, novos jeitos de se contar uma estória.
Assim, parece que estou sempre entusiasmada por algo, me programo para ter pílulas de felicidade diariamente. Essa foi minha resolução de Ano Novo, ser menos estressada e mais feliz.

E mesmo na correria do final de ano, consegui comprar e devorar um livro. O livreiro de Cabul, de Asne Seierstad. Comprei o livro no dia 21 de dezembro para me fazer companhia durante uma viagem a Araraquara e até o Natal, entre escolhas de receitas, compras para a ceia e atenção às visitas, consegui lê-lo. Já no primeiro dia, durante a ida e a volta de Araraquara foram cem páginas de sentimentos diversos. Peguei-me por vezes rindo, penso que de puro nervosismo, por causa das situações descritas pela autora, tão diversas do meu cotidiano de mulher ocidental; às vezes sentindo raiva de seu personagem principal, o livreiro, às vezes tentando compreendê-lo nos seus costumes e respeitá-lo de certa forma. O fato é que não se consegue ficar inerte ao livro - as emoções, sejam elas qual forem, afloram. Para quem gosta de ler, recomendo. A narrativa percorre três meses após a queda do Talibã no Afeganistão sob a ótica da autora, uma jornalista norueguesa, que se hospeda na casa do tal livreiro.

E vindo de Sampa, encomenda que fiz a Camis, chegou-me A menina que roubava livros. O título já me intrigou porque minha irmã aqui citada não conseguiu terminar de lê-lo. Desistiu. Depois, durante meu curso de pintura, vi uma colega adolescente com o dito volume debaixo do braço, de um lado para o outro; entre uma pincelada e a espera pela professora ela abria o livro freneticamente, tentando acabar um capítulo, mais ou menos na metade do volume. Perguntei-lhe sobre o livro e dela só ouvi elogios, aquele entusiasmo da idade. Fiquei curiosa. Mas entre o Ano Novo, quando ele chegou, e o último fim de semana não consegui começar minha leitura. Ontem, entre a arrumação da casa, sim só ontem teve início 2010 afinal, e os meus afazeres diários, li o prólogo e me pareceu interessante, mas fico devendo uma análise após a leitura completa.

E para começar bem o ano, logo vou anunciando que breve pagarei dívida feita aqui. Vi Tempos de Paz, de Daniel Filho e fiquei de ler o texto que inspirou o filme, de Bosco Brasil, Novas Diretrizes em Tempos de Paz, para comentar aqui. Ganhei hoje de Mô, meu namorado quase marido, o livro que contém a peça. Eu mais parecia uma criança quando abri o pacote. Eu que lhe mostrei o dito no site da Submarino, mas não havia percebido que era uma edição bilingue!!! Um doce para quem advinhar o outro idioma! Desde 2006, a Coleção Palco Sur Scène, publica autores contemporâneos de teatro de ambos os países, Brasil e França, em edições bilingues. O volume do autor Bosco Brasil além de Novas Diretrizes, tem ainda Cheiro de Chuva, texto que ainda não conheço, mas logo isto estará resolvido. E comentarei tudo aqui, ok?

Só para adiantar adorei o filme. Falarei mais depois de ler a peça. Ah! Só para registro: o roteiro do filme também é de Bosco.

Um comentário:

  1. Adorei as decisões de Ano Novo! Faltou dizer que vai fazer caminhada comigo, hahaha!
    Eu posso reclamar de falta de tempo porque adoooro dormir e durmo muito bem (quando posso).
    Beijos!

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Leio primeiro, publico depois!