sexta-feira, 26 de junho de 2009

Michael - 1958-2009

Ontem fiquei acordada até uma da manhã vendo as homenagens ao Michael.
O Globonews reprisou alguns documentários sobre o Rei do Pop.

Vendo pela enésima vez o clipe e makink of de Thriller não pude deixar de lembrar meus próprios passos de moonwalking - aqueles passinhos para trás.

Como tantos da minha geração tentava dançar como o Michael. Via e revia os clipes tentando acompanhá-lo. Uma vez, numa festa de encerramento do ballet, comecei a dançar Billie Jean freneticamente, sozinha num canto e quando percebi todos me observavam...Foi o máximo. Alguns vinham me perguntar como eu havia aprendido, se sabia ensinar, eu devia ter uns nove/dez anos.

Eu era fã de carteirinha.

Acho que por isso não curti muito Menudo. Quem gostava de Michael não gostava de Menudo, né?

A primeira vez que vi Thriller foi numa festa de aniversário de uma filha de uns amigos da minha mãe. A criançada toda parou para ver o clipe quase filme.

Depois veio Beat it e a coreografia das gangues, mais uma para tentar imitar.

A cada clip um novo desafio surgia.

Quando ele esteve no Brasil, em 1993, não deu para ir ao show mas ainda acompanhava de perto seus clipes - sim, acompanhava sua carreira através dos videos e não dos discos.

No Entre Aspas de ontem, Mônica Waldvogel entrevistou a Paula Lima e um crítico musical. A Paula se revelou uma grande fã dele, também tentava dançar como ele e tudo.

Plásticas, embranquecimento, casos de polícia, enfim, bizarrices à parte, ele foi um grande artista.

Hoje pela manhã o noticiário dizia que as manifestações dos fãs estava mais para celebração do que para tristeza. Achei bom.

Para entrar no ritmo das celebrações, a paródia de Thriller de um centro de reabilitação nas Filipinas, direto do youtube.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Para quê querer voltar? - Seção Gastronômica

No último encontro do ciclo de debates sobre arte na Oficina Cultural aqui de Sanca, assistimos a uma amostra do trabalho do grupo de teatro Acaso - formado por alunos da USP-SC.

Sempre que vejo uma peça lembro-me da minha irmã, Fê. Ela ainda era uma coisinha miúda quando participou de uma peça nos bons tempos de Aliança. Só tinha uma linha de texto mas estudou-o com cuidado. Apoiando-se no espaldar de uma cadeira dizia - "Para quê querer voltar quando do que se tem saudade não é daquele lugar, e sim daquela felicidade."

Penso que a saudade que sentimos das pessoas, dos lugares, nada mais é do que saudade do sentimento que nos invadia quando junto a certas pessoas, certos lugares.

Tenho em minha memória lugares, pessoas, músicas e comidas que me transportam para instantes de felicidade. E vez ou outra faço uso desse recurso - ou para me sentir bem ou para prolongar algum prazer.

Ando tão caseira, cozinhando seguindo receita!, que tenho pensado muito nas guloseimas que fazem parte da minha memória culinária. Só nessa semana fiz pão de minuto, torta salgada, biscoitinho de queijo (em breve posto algumas receitas aqui).

E lembrei-me dos meus clássicos momentos de prazer gastronômico:
  • macarrão bicolor do meu pai - o clássico dos domingos. Macarrão à bolonhesa com molho branco por cima levado ao forno para gratinar;
  • sacolé de mate do meu pai - logo após a separação dos meus pais (a penúltima) fui visitá-lo e ele me presenteou com isso. Sou viciada em chá mate gelado mas foi a primeira vez que vi/experimentei sacolé de mate;
  • lombinho recheado com ameixa da minha mãe - o clássico dos Natais;
  • leite quente com Quick de morango - a bizarrice da lista. A minha vó "Glantina" fazia o leite ainda de madrugada, nos acordava - eu e Fê bebíamos o leitinho na cama, e depois voltávamos a dormir. E pensar que não bebo leite há anos.
  • empadão de frango da vó "Glantina" - mundialmente famoso, desmanchava na boca;
  • macarrão com feijão da Maria, na casa da vó "Milinha" - o macarrão era alho e óleo com uma pitada de manteiga e o feijão preto;
  • cachorro quente da tia Nilce - o molho levava carne moída e o tempero tradicional da tia;
  • croquete da tia Nilce - de qualquer coisa, acho que minha tia conseguiria fazer um bom croquete até de pedra;
  • bolinho de aipim da Barraca da Igreja - o mais gostoso bolinho de aipim que já provei. Tradição da festa de Sant'Anna em Pau Grande (PG), RJ;
  • rissole (escreve -se assim mesmo, segundo o Michaelis) de frango de Chiquinha, no bar do Oni, PG - foi quando começou minha paixão por salgadinhos fritos. Ela fritava na hora pra mim às vezes...quentinho...;
  • picolé de coco queimado ou coco com morango do Biriba, bar de PG - o picolé caseiro da época de férias no Rio;
  • berinjela (segundo o Aurélio) ou beringela (segundo o Houaiss) à parmegiana da "Telinha"- o clássico dos clássicos do jantar nos tempos de Caperuçu;
  • torta de nozes - minha humilde contribuição a essa lista, uma tradição que durou três anos. Lembro que na segunda vez que fiz a receita, a pedidos, descasquei as nozes chorando (a idiota descascava as nozes na raça - a pele interna da noz, sabe?).

Essas são algumas das receitas que me fazem viajar no tempo e espaço. Vez ou outra faço uma delas para me lembrar dos bons tempos e dos entes queridos que moram longe.