domingo, 17 de abril de 2011

Correndo feliz

Correndo contra o tempo, mas feliz.

Adoro o momento em que estou vivendo e as minhas inquietações são deliciosas.

Hoje estou realizando a minha parte em um trabalho sobre Livros Didáticos. A coleção que o meu grupo escolheu, voltada para o ensino médio, é muito boa. Trabalha com textos verbais e não verbais (artes plásticas, charges, quadrinhos) e sugere outras linguagens (música, cinema) para ensinar literatura, língua e produção de texto.

Lembro do meu livro do ensino médio. Ele também trazia, lá nos anos 90, as várias linguagens para o estudo da língua e literatura.

Fiquei tão empolgada com esse trabalho que tive de parar e notar que ele é apenas um dos zilhões de trabalhos que serão feitos nesse semestre e que, portanto, merece a dedicação-padrão. Sem contar que ainda temos uma reunião com o orientador e que ele vai definir o que é pertinente ou não para a nossa análise. Então, não é produtivo chegar com todas as minhas idéias em papel A-4, padrão ABNT, muito bem referendadas. Ainda não, louca!

Realmente acho que finalmente me encontrei profissionalmente. Eeeeeeeeeba!

Alguns leitores devem estar se perguntando E a arquitetura?

Calma, diletos leitores. Uma mulher pode ter múltiplos amores. Academicamente falando. É claro.
(Sem fundo moralista, é que eu sou assim mesmo - careta, romântica e fiel).

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Virada Cultural em Sampa. Queria estar lá... ver Rita. Ouvir Paulo Miklos cantando Noel. E Paulinho da Viola?

Tudo bem... vou poder me esbaldar nas Viradas de Araraquara e São Carlos nos dias 14 e 15 de maio.

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Feliz por um lado, triste por outros tantos. Eu, no entanto, não vou ficar me lamentando.
Levanto, sacudo a poeira e preparo-me para o próximo revés.

Até domingo (tento escrever na quinta, mas está difícil)!

domingo, 10 de abril de 2011

Farta de semideuses!

Já citei aqui Poema em linha reta, de Pessoa.

Conheci esse poema em uma fase bastante difícil da minha juventude. Em uma época em que sonhava (na verdade, tinha pesadelos) com um professor carrasco de Desenho de Arquitetura, no curso técnico. Depois do curso, comparando experiências com os ex-colegas, soube que não era a única que tinha pesadelos com o "amado mestre".

Nessa última semana, lembrei-me do dito-cujo. Tive raiva de mim mesma por me permitir ser colocada na fragilidade dos meus dezesseis anos.

Depois de respirar fundo e me reconduzir aos meus 35 anos, lembrei-me do meu mantra:

Pessoas podem lhe dizer que não é capaz de algo? NÃO. 
Pessoas podem lhe dizer que não é capaz de algo como forma de incentivo? 1000 x  NÃO!!!

Aí me lembrei da frase que mais gostava do Poema em linha reta - Arre, estou farto de semideuses!

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Ouvi de uma professora de grego (formalmente, professora de grego; nas horas vagas mestre da vida) que não é possível ser boa em tudo - a busca pela excelência plena é fadada ao fracasso e à frustração.

Não é a valorização da mediocridade, diletos leitores. A conversa foi bem mais profunda e o espaço/tempo para relatá-la na íntegra aqui é curto.

É a busca pelo seu melhor sem a cobrança doentia que às vezes fazemos pela excelência plena - excelente esposa, maravilhosa mãe, dona de casa exemplar, profissional excepcional, filha perfeita. Se você é tudo isso, parabéns. Se não o é, não se culpe. Busque fazer o seu melhor sem cobranças exageradas e seja feliz.

Don't worry, be happy!

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Tem como olhar para a última semana sem lamentar o triste episódio de Realengo?
Além de me sensibilizar por conta da barbaridade do caso, ainda me pergunto como futura educadora Como chegamos a isso?

Tentamos agora, junto com os noticiários de tv, explicar o inexplicável.

Ainda estamos sem saber o porquê da violência às crianças daquela escola.

O que me pergunto é: será que poderia ser evitado e, se sim, de que forma?

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Não postei na última quinta, mas sigo firme que conseguirei me impor esse calendário de escrever duas vezes por semana.

Ate quinta!

domingo, 3 de abril de 2011

Ressaca

Abro os olhos. Boca seca. Alcanço a garrafa d'água sobre o criado-mudo. Bebo um, dois, três goles seguidos. Confiro o relógio. Volto a dormir.

Abro os olhos. Boca seca. Alcanço a garrafa d'água sobre o criado-mudo. Bebo um, dois, três goles seguidos. Confiro o relógio. Passaram-se quinze minutos. Melhor levantar.

Olho-me no espelho. Olheiras, pele estranha. Escovo os dentes. Tomo banho. Olho no espelho.
Nada mudou, continuo com um semblante horrível.

Na cabeça algo lateja - tum, tum, tum. Tomo um comprimido. Preciso comer algo.

Na cozinha de guerrilha encontro um pacote de massa. Salvação do dia.

Preparo meu socorro com pouco molho, nada de queijo. Como um prato. Fico satisfeita.

Bebo água - um, dois, três copos seguidos. Sinto o corpo cansado. Volto a dormir.

Abro os olhos. Boca seca. Alcanço a garrafa d'água sobre o criado-mudo. Bebo um, dois, três goles seguidos. Confiro o relógio. Volto a dormir.

Abro os olhos. Boca seca. Alcanço a garrafa d'água sobre o criado-mudo. Bebo um, dois, três goles seguidos. Confiro o relógio. Passaram-se quinze minutos. Melhor levantar.

Olho-me no espelho. Olheiras, pele estranha. Escovo os dentes. Faço promessas absurdas - nunca mais beber; nunca mais beber daquele jeito.

Tomo banho. Olho no espelho. Nada mudou, continuo com um semblante horrível.

Na cabeça algo lateja - tum, tum, tum. Tomo um comprimido. Preciso comer algo.

Na cozinha de guerrilha sirvo-me de outro prato de massa com pouco molho, um pouco de queijo.

Confiro o relógio. Perdi um dia da minha vida dormindo, acordando e comendo massa sem graça.

Preciso parar de beber.

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Por hoje é só, diletos leitores... estou correndo contra o tempo (essa expressão passou a ser comum na minha rotina atual) e ainda preciso fazer esse domingo render muito...

Até quinta!