segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Saga de uma Leitora III - Depois do açúcar

Quando aprendi a equilibrar meus gostos literários, seguindo a orientação da minha sábia madrinha (ver primeiro post do dia), voltei-me aos livros da nossa estante.

Foi quando encontrei Sidney Sheldon e o seu O outro lado da meia-noite, publicado primeiramente nos Estados Unidos em 1974 (não sei de quando era a edição que li, só sei que era 1987, estava eu com doze anos, porque foi logo depois da conversa com minha madrinha - ver primeiro post do dia, é longo, mas vale a pena!).
Nada de açúcar. Realidade nua e crua. Conta a estória de duas mulheres que se apaixonam pelo mesmo homem, piloto de avião. Entre cidades americanas e francesas e um final surpreendente na Grécia, esse livro redefiniu meu conceito de romance. Descobri que estórias de amor também poderiam acabar de um jeito amargo.

Foi ótimo para o meu amadurecimento. Li todos os livros de Sidney Sheldon disponíveis na época na minha casa: A outra face, Um estranho no espelho.

Mais tarde vi o filme Lembranças da Meia-Noite (Memories of Midnight, 1991, Gary Nelson), baseado na continuação do livro, de mesmo nome, que estória!!!

E aí não parei mais de ler. Li uma razoável parte dos livros disponíveis em casa, tornei-me frequentadora assídua de bibliotecas e em algum momento abandonei Júlia, Sabrina e Bianca, não me lembro quando.

Já na escola técnica, depois dos 15 anos, voltei a lê-los, os romances açucarados, por causa de uma amiga que também gostava desse tipo de leitura... trocávamos títulos, era legal.

Só fui voltar a lê-los novamente já no Rio, na época da facul, com mais de 25 anos de idade, quando os descobri numa daquelas feirinhas de livros do Largo do Machado, várias bancas vendendo os volumes a preço de banana! Comprei "de baciada"... eram meus companheiros nas minhas noites solitárias no Méier! Quando voltei para São Paulo, em 2005, doei todos.

Agora que me lembrei, mais ou menos, quando e como começou meu apreço pelo açúcar literário, estou tranquila. Meu namorado quase marido estava preocupado... sou uma mulher prática demais para ficar suspirando por romances. Mas percebi que essas contradições de gostos e preferências fazem parte da minha personalidade.

Os romances açucarados fazem bem de vez em quando. Com moderação. Nada é tão cor-de-rosa na vida. E, sim, dá para ser feliz sem ir para o altar.

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