quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Pessoa, Plural

Ontem fui pela primeira vez ao Museu da Língua Portuguesa.

Na época de colégio, frequentava a região da Luz como caminho para ir para casa. Na verdade, adorava  a estação ferroviária e seu entorno. Ficava nos arredores do jardim, na companhia de um amigo (salve, Chris!), conversando sem medo dos tipos que frequentavam a região nos anos 90, para o desespero da minha mãe.

Sempre adorei andar pelo centro de São Paulo e a região da Luz era um dos meus locais preferidos.

Depois de ir morar no Rio, e agora morando em Sanca, raramente passo pela Luz e, quando isso ocorre, é com rapidez, sem tempo de olhar para os lados.

Tenho um interesse particular por estações de trem, desde a época da facul de Arquitetura; andava pela Central do Brasil, no Rio, com desenvoltura. O meu trabalho de conclusão de curso teve início com uma pesquisa sobre a primeira linha ferroviária do Brasil, inaugurada em 1854 (falo mais em outro post...).

Ontem fui com calma à Luz. A estação está tão bonita!!!

Desde que soube da inauguração do Museu da Língua Portuguesa, fiquei curiosa para ver como seria um museu sobre a nossa língua. Gostei muito.

No primeiro andar do museu, a exposição sobre Fernando Pessoa destaca a biografia do autor e de seus heterônimos. Trechos de Mensagem, único livro de poesia em português publicado por Pessoa, surgem como se escritos sobre areia da praia, de forma "mágica", numa instalação que deixa qualquer adulto de volta à infância. Senti falta de ver ali, em destaque, meu poema favorito - Poema em linha reta, de Álvaro de Campos.


No segundo andar, são tantas coisas para ver e fazer que merece mais de um dia de visita, eu mesma não consegui aproveitar tudo. Em uma tela de mais de 100 metros de comprimento, a língua portuguesa é mostrada no cotidiano de seus falantes, em situações diversas: no futebol, no carnaval, na música, nas festas, e etc. Computadores ficam a disposição dos visitantes para mostrar as influências de outras línguas na composição do português falado no Brasil como o tupi, o iorubá, o francês, o espanhol, o inglês, etc. Há ainda o Beco das Palavras, um jogo que permite formar palavras e conhecer seu significado. São muitas coisas mesmo... terei de voltar.

No terceiro andar do museu, a atração começa em um auditório com um vídeo sobre a formação da língua portuguesa falada no nosso país e segue rumo à Praça da Língua: uma experiência literária interessante - alguns autores falando seus textos, alguns atores emprestando sua voz a trechos da nossa literatura e imagens projetadas por todo o espaço da "praça".

Senti-me criança mais uma vez nessa minha semana cultural. Estão sendo ótimos esses dias de diversão e arte em Sampa.

P.S.: Para quem quer lembrar do Poema em linha reta, aqui está um vídeo muito bem feito, com a voz do saudoso Paulo Autran ao fundo:

(no youtube tem um vídeo ótimo com o Osmar Prado citando o poema em O Clone, veja aqui):


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